De um nobre ateu, e um grande amigo.
N.S.
Quanto ao Deus imutável.
A da mecânica clássica de Newton é excelente para explicar o movimento de um carro em movimento, mas descartável no universo
subatômico onde dominam as probabilidades e incertezas. Entende?
Se Deus
fosse um ponto fixo, imutável, ele não seria Deus, mas uma força como a
gravidade, logo, esse seu princípio de que Deus seja um ponto fixo e imutável é
perfeito para a história do deus impessoal e que nada mais é que uma força da criação (como a lei da gravidade), para uma lei com nome de deus, mas não cabe ao Deus que é
vivo e livre. Deus não é absolutamente imutável, mas relativamente o mesmo,
ontem, hoje e sempre.
Quanto ao puro espírito.
Para começar, como vai argumentar por exemplo, que o “puro espírito” não pode criar
matéria se não podemos observar e determinar como funciona o “puro espírito”?. Logo, essa questão se encerra por aqui. Mas, para exercício da imaginação, vamos raciocinar sobre a "existência" do puro espírito.
A matéria (você) não cria o imaginário quando se está sonhando? De que
substância é feita a imaginação? Mas ela existe, e mesmo sendo imaginária,
influencia o seu mundo material (por exemplo, quando você sonha com um acidente
terrível e resolve não ir trabalhar), e às vezes até se manifesta no mundo
material (quando você sonha com uma idéia, e a transforma em um livro ou um
filme), assim como o projeto na mente de Deus se manifesta na existência.
Durante muito tempo energia era
energia, e matéria era matéria, e hoje sabemos que energia se converte em
matéria, e matéria se converte em energia. Hoje sabemos que há matéria e
anti-matéria.
O
mundo como vemos, é a forma como o cérebro interpreta as ondas que são captadas
pelos nossos sentidos (o azul para você é diferente do que é para mim,
diferente para os animais, o gosto da maçã é percebido de uma forma pelo seu
sistema, e para mim de outra forma, não vemos a luz infravermelha, não ouvimos
os sons muito altos, nem os muito baixos). O seu cérebro por exemplo, pode ser
alterado para perceber o azul como vermelho, ou o gosto de abacaxi como maçã.
Ou seja, nunca teremos a certeza absoluta de como é a matéria que percebemos. Um
átomo é mais de 90% vazio (um núcleo minúsculo com ainda mais minúsculos elétrons
orbitando), logo, o que tocamos é 90% vazio, mas o percebemos como cheio. A
nossa própria percepção do mundo é uma imagem interpretada pelo nosso cérebro.
Na realidade, tudo podem ser cordas vibrando em diferentes freqüências.
Logo,
se você absurdamente quiser discutir algo “não observável” como o espírito,
deve considerar que ele pode ser uma existência em uma freqüência diferente,
que pode se tornar outra coisa (matéria ou energia) vibrando na mesma frequência.
Quanto ao perfeito criando o imperfeito.
Algo perfeito pode vir a se tornar imperfeito (a queda de Adão), para depois vir a
se tornar perfeito novamente (a redenção em Cristo), assim como as trevas vem para dar testemunho da
luz, visto que a luz não pode existir sem as trevas. Dizer que a obra é imperfeita, é afirmar que ela não saiu como foi projetada, mas isso não é o caso. A imperfeição é uma fase da "obra perfeita", faz parte do projeto, pois a obra não foi feita para ser perfeita em si, mas para se tornar perfeita em evolução.
O
Governador (Deus) se torna parte da obra, não porque a obra seja imperfeita, mas por
que a “posição de governador” faz parte do projeto da "Obra Perfeita". Um relógio
não tem uma fonte de energia? Isso quer dizer que ele é imperfeito? A planta da criação perfeita contemplava uma fonte
de energia para o relógio. A planta da criação perfeita contemplava um cérebro
para o corpo, um DNA para a célula, um governante para a criação. Isso não
torna o governante necessário por causa da imperfeição, mas torna ele uma
parte, mais uma peça que compõe a perfeição, da qual, se retirada, torna a obra
imperfeita. Não só o governante, mas se tirar também um braço, ao invés do
cérebro, torna a obra imperfeita, o que não implica em dizer que a necessidade
do braço torna a obra imperfeita, visto que o braço foi “projetado” para a obra
perfeita, tanto quanto o cérebro. É tão simples.
Quanto ao mal
Quanto ao mal
O mal é a ausência Deus, então ele só existe
onde não há Deus. É a conseqüência de Deus, pois Deus cria o mal simplesmente
por existir, visto que onde ele não existe, existe o mal, como a sombra que
existe em conseqüência da luz, como a escuridão, que só existe onde não há luz.
Sendo assim, o mal habita nos lugares onde não há Deus, mas ninguém será
obrigado a viver na escuridão, mas também não seria justo se todos fossem
obrigados a viver na luz, não havendo a opção da escuridão, pois deve haver a
opção para existir a liberdade (representada na Árvore do Bem e do Mal), o amor verdadeiro e voluntário, e a própria vida em si (sem a opção, seríamos animais ou robôs).
O mal é utilizado por Deus na revelação da
sua palavra para explicar os acontecimentos. Uma palmada na criança para ela
não colocar a mão na tomada, para que venha a se desenvolver e se tornar
perfeita. A obra perfeita tem em seu projeto o desenvolvimento da consciência,
e não uma consciência imposta. É a sombra que se projeta da luz, e o frio que
se projeta nos lugares onde há a ausência de energia térmica, o exemplo do
efeito de se tirar a “peça” governante que faz a “máquina perfeita”, para que
futuramente, à Luz da Verdade, todos estejam cientes de como funciona a
“máquina perfeita” sem a "peça" governante, e possam fazer a escolha conscientemente, com amor
voluntário, e não forçado, de aceitar ou não o presente da vida (seria sim um
tirano, se obrigassem todos a dividirem a vida com ele).
No final, toda a existência
e sofrimento só serão uma história contada por Deus, onde nós vivemos a história
(como um programa de realidade virtual), para aprendermos como funciona a “máquina
perfeita” sem a “peça” governante, para que então, possamos escolher
conscientemente, sem traumas, dogmas, manipulações e enganos, se desejamos fazer parte dela (aceitar o presente da vida).
A Paz.
A Paz.