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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

SE DEUS É PERFEITO, COMO CRIOU UM MUNDO IMPERFEITO?

Se Deus é Perfeito, como criou um mundo imperfeito? Pode o perfeito criar a imperfeição? E se a criação é perfeita, por que precisa de um governador (Deus)? Além disso, como pode o puro espírito criar a matéria? E como um ser imutável, Deus poderia ter criado um mundo mutante? Se Deus "decidiu" criar o mundo, nesse momento ele teria "mudado", e não seria o mesmo sempre. Além disso, se Deus é amor, quem criou o mal?

De um nobre ateu, e um grande amigo.
N.S.

Quanto ao Deus imutável.

A da mecânica clássica de Newton é excelente para explicar o movimento de um carro em movimento, mas descartável no universo subatômico onde dominam as probabilidades e incertezas. Entende?
Se Deus fosse um ponto fixo, imutável, ele não seria Deus, mas uma força como a gravidade, logo, esse seu princípio de que Deus seja um ponto fixo e imutável é perfeito para a história do deus impessoal e que nada mais é que uma força da criação (como a lei da gravidade), para uma lei com nome de deus, mas não cabe ao Deus que é vivo e livre. Deus não é absolutamente imutável, mas relativamente o mesmo, ontem, hoje e sempre.

Quanto ao puro espírito.

Para começar, como vai argumentar por exemplo, que o “puro espírito” não pode criar matéria se não podemos observar e determinar como funciona o “puro espírito”?. Logo, essa questão se encerra por aqui. Mas, para exercício da imaginação, vamos raciocinar sobre a "existência" do puro espírito.

A matéria (você) não cria o imaginário quando se está sonhando? De que substância é feita a imaginação? Mas ela existe, e mesmo sendo imaginária, influencia o seu mundo material (por exemplo, quando você sonha com um acidente terrível e resolve não ir trabalhar), e às vezes até se manifesta no mundo material (quando você sonha com uma idéia, e a transforma em um livro ou um filme), assim como o projeto na mente de Deus se manifesta na existência

Durante muito tempo energia era energia, e matéria era matéria, e hoje sabemos que energia se converte em matéria, e matéria se converte em energia. Hoje sabemos que há matéria e anti-matéria.

O mundo como vemos, é a forma como o cérebro interpreta as ondas que são captadas pelos nossos sentidos (o azul para você é diferente do que é para mim, diferente para os animais, o gosto da maçã é percebido de uma forma pelo seu sistema, e para mim de outra forma, não vemos a luz infravermelha, não ouvimos os sons muito altos, nem os muito baixos). O seu cérebro por exemplo, pode ser alterado para perceber o azul como vermelho, ou o gosto de abacaxi como maçã. Ou seja, nunca teremos a certeza absoluta de como é a matéria que percebemos. Um átomo é mais de 90% vazio (um núcleo minúsculo com ainda mais minúsculos elétrons orbitando), logo, o que tocamos é 90% vazio, mas o percebemos como cheio. A nossa própria percepção do mundo é uma imagem interpretada pelo nosso cérebro. Na realidade, tudo podem ser cordas vibrando em diferentes freqüências.
Logo, se você absurdamente quiser discutir algo “não observável” como o espírito, deve considerar que ele pode ser uma existência em uma freqüência diferente, que pode se tornar outra coisa (matéria ou energia) vibrando na mesma frequência.

Quanto ao perfeito criando o imperfeito. 

Algo perfeito pode vir a se tornar imperfeito (a queda de Adão), para depois vir a se tornar perfeito novamente (a redenção em Cristo), assim como as trevas vem para dar testemunho da luz, visto que a luz não pode existir sem as trevas. Dizer que a obra é imperfeita, é afirmar que ela não saiu como foi projetada, mas isso não é o caso. A imperfeição é uma fase da "obra perfeita", faz parte do projeto, pois a obra não foi feita para ser perfeita em si, mas para se tornar perfeita em evolução.

O Governador (Deus) se torna parte da obra, não porque a obra seja imperfeita, mas por que a “posição de governador” faz parte do projeto da "Obra Perfeita". Um relógio não tem uma fonte de energia? Isso quer dizer que ele é imperfeito? A planta da criação perfeita contemplava uma fonte de energia para o relógio. A planta da criação perfeita contemplava um cérebro para o corpo, um DNA para a célula, um governante para a criação. Isso não torna o governante necessário por causa da imperfeição, mas torna ele uma parte, mais uma peça que compõe a perfeição, da qual, se retirada, torna a obra imperfeita. Não só o governante, mas se tirar também um braço, ao invés do cérebro, torna a obra imperfeita, o que não implica em dizer que a necessidade do braço torna a obra imperfeita, visto que o braço foi “projetado” para a obra perfeita, tanto quanto o cérebro. É tão simples.  

Quanto ao mal



O mal é a ausência Deus, então ele só existe onde não há Deus. É a conseqüência de Deus, pois Deus cria o mal simplesmente por existir, visto que onde ele não existe, existe o mal, como a sombra que existe em conseqüência da luz, como a escuridão, que só existe onde não há luz. Sendo assim, o mal habita nos lugares onde não há Deus, mas ninguém será obrigado a viver na escuridão, mas também não seria justo se todos fossem obrigados a viver na luz, não havendo a opção da escuridão, pois deve haver a opção para existir a liberdade (representada na Árvore do Bem e do Mal), o amor verdadeiro e voluntário, e a própria vida em si (sem a opção, seríamos animais ou robôs).

O mal é utilizado por Deus na revelação da sua palavra para explicar os acontecimentos. Uma palmada na criança para ela não colocar a mão na tomada, para que venha a se desenvolver e se tornar perfeita. A obra perfeita tem em seu projeto o desenvolvimento da consciência, e não uma consciência imposta. É a sombra que se projeta da luz, e o frio que se projeta nos lugares onde há a ausência de energia térmica, o exemplo do efeito de se tirar a “peça” governante que faz a “máquina perfeita”, para que futuramente, à Luz da Verdade, todos estejam cientes de como funciona a “máquina perfeita” sem a "peça" governante, e possam fazer a escolha conscientemente, com amor voluntário, e não forçado, de aceitar ou não o presente da vida (seria sim um tirano, se obrigassem todos a dividirem a vida com ele).
 

No final, toda a existência e sofrimento só serão uma história contada por Deus, onde nós vivemos a história (como um programa de realidade virtual), para aprendermos como funciona a “máquina perfeita” sem a “peça” governante, para que então, possamos escolher conscientemente, sem traumas, dogmas, manipulações e enganos, se desejamos fazer parte dela (aceitar o presente da vida). 
 A Paz.